Outro destino


Saí do trabalho cansado sem saber para onde ir. Acendi um cigarro rebuscado no fundo de um bolso qualquer.Parei e avaliei o transito:Os automóveis circulavam sem cessar.Nisto ganhei coragem e pedi passagem, seguindo em frente para um outro lugar.Entrei no primeiro transporte público que encontrei.Mecânicamente, mostrei ao motorista o meu direito de passagem e procurei um lugar onde me pudesse acomodar.Se rostos havia não os vi.Se pessoas havia...não senti.Éram máscaras de indiferença, indiferentes e indeferênciados.Alguns acompanhavam-me a contragosto nessa viagem fingida em que, sabia já estar já de saída, na próxima estação.Fugi do som abafado das portas pneumáticas ao abrir e fechar.Fugi do som metálico e aberrante dos headphones a rebentar lentamente tímpanos.Mas ,acima de tudo fugi do silêncio, dos olhares que se evitavam cruzar entre eles para continuarem a pensar em... coisa nenhuma.Fugi da solidão, da desagradável sensação de, apesar de estar enfunilado no meio daquela multidão, sentir-me tão só como no primeiro sopro de vida, instantes depois de ter nascido.

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