Walk the City
Com a enorme panóplia de eletrodomésticos de que dispomos em nossas casas, algumas excecionalmente cómodas, limpas agradáveis, e com a facilidade de comunicações hoje existentes, como o telefone, o fax e a Internet, era suposto que tivéssemos mais tempo livre para visitar fisicamente outros lugares. No entanto, com o desenvolvimento das novas tecnologias, e quase tudo ao alcance de um clique , as pessoas tornaram-se mais sedentárias e avessas ao simples exercício de caminhar. A única mensagem que se pode retirar de todos esses equipamentos disponíveis diz apenas: Não saiam de casa. Não se desloquem , pois tudo ou quase tudo o que necessitam para a vossa vida diária, será levado até vos. Votem por correspondência. Encomendem on-line e recebam em casa as vossas compras . Percorram todos os canais das vossas televisões via cabo e Satélite, e estarão virtualmente em todo o lado sem estarem realmente em lado nenhum.; E assim, em vez de aproximar as pessoas umas das outras, toda essa quantidade de tecnologia disponível, transforma-as em pequenas Ilhas. O mais moderno apartamento no mais luxuoso bloco de apartamentos, não passa de um espaço cheio de alguns metros cúbicos de ar, delimitado por paredes de betão. Com o tempo, em vez de adultos enérgicos e saudáveis, teremos adultos excessivamente obesos, que caminham meia dúzia de metros até ao automóvel na garagem, pouco habituados ao movimento, ou a quem um simples sprint para o autocarro que os irá transportar ao local de trabalho, leva à exaustão. O automóvel é rei, em detrimento do andar a pé, dos transportes públicos ou da bicicleta. Com o automóvel, as Histórias da Cidade desapareceram. Como as pessoas se deslocam de um a outro ponto dentro dos seus veículos, tudo o que acontece fora dele, durante e antes de chegar ao seu ponto de destino, é irrelevante. De automóvel, sabem para onde se dirigem, mas na realidade, desconhecem a Cidade onde vivem. Se eu fechar os olhos, consigo percorrer todas as ruas, todas as avenidas da minha Cidade. Tu consegues?
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